sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Youth of Today

Domingo, 05/12/2010, sem duvida nenhuma esse foi um dia historico para cena hardcore SxE brasileira, foi o dia em que uma das maiores e mais influentes (se nao a mais) bandas da historia do hardcore se apresentou em SP, o Youth of Today. Infelizmente nao pude estar presente, hoje em dia e meio complicado para mim sair do RJ e ir para SP para assistir a um bom show ja que aqui no RJ nao rola.No dia seguinte ao show, na segunda, fiquei direto na net lendo os comentarios do pessoal que foi, assistindo aos videos (poucos por sinal) e varias fotos, vi que o aconteceu ali foi muito mais do que um show , foi uma verdadeira celebracao ao hardcore e ao straigh edge e o mais legal foi em ver que a cena esta ai, mais forte do que nunca, porra, no altos dos meu 36 anos de idade assistindo a tudo isso, vendo uma nova molecada surgindo cheia de entusiasmo com a parada e realmente de emocionar.Existe uma certa corrente por ai que vira e mexe ficam falando mau sobre a reuniao da banda, se os caras fazem isso pelo dinheiro, que o Ray Cappo e um cuzao, entre outras abobrinhas, pouco importa, em 2000 durante um show do Shelter cheguei ate a trocar uma ideia com o cara e ele foi super gente fina.
Ah ! Destaque tb para a jam entre o Porcell e alguns membros das bandas de abertura tocando "Straight Edge Revenge" do Project X
!!!
Para terminar gostaria de dar os parabens a 78 Life que bancou a vinda da banda o que para muitos dos presentes foi a realizacao de um sonho.
Ate a proxima.


***

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Contador de Historias

Bom, nos ultimos dias tenho estado bem ocupado e nao to encontrando nenhum tempo para entrar no blog e postar alguma coisa, mas hoje fiz questao de arrumar alguns minutos para colocar um texto sobre a recente passagem do New Model Army pelo Brasil e que esta no site da revista Rock Press. Esse texto foi brilhantemente escrito por Helio Silva, baixista da lendaria banda punk condutores de cadaveres. Confesso que negocio e de emocionar e esse texto ilustra perfeitamente toda essa adoracao que existe pela banda, parabens Helio pelas palavras.

O CONTADOR DE HISTÓRIAS


Um tronco oco de árvore morta no alto de um morro. Os macacos se aproximam e batem com as patas traseiras e pedras contra o tronco e se divertem com o som produzido. Qual seria a razão para esse comportamento bizarro que não parece ligado às necessidades básicas de sobrevivência ou reprodução?

Ele dá uma risada e diz “eles fazem música, se deleitam em produzir sons. Fazem o que eu faço. É simples. É simples assim. A humanidade é simples assim.”

O salmão desafia a morte subindo o rio contra a correnteza para se reproduzir, os patos selvagens voam para o sul no inverno, algumas espécies de baleias procuram cemitérios gelados para um suspiro final. Talvez um instinto tão básico e primitivo também esteja presente na inquietação que move o contador de histórias para o seu ofício. Em algum ponto da vida, o mesmo sopro nos move a todos para alguma direção.

O contador de histórias tem suas crenças. Tem suas percepções construídas ao longo do tempo. Ele é um observador do cotidiano humano. Cotidiano que vê com misto de compaixão, cumplicidade e curiosidade. Destila tudo o que se passa por sua retina. Traduz sua visão em verbo e com aquele outro pau oco -- aquele com seis cordas, sete notas e lógica própria -- completa o processo que o levará a reverberar o que vê.

Tive o meu dia quando pude conversar com meu contador de histórias predileto. Poderia ter sido ao redor de uma fogueira, em outras eras, antes de dormir depois de uma longa caminhada em busca da caça, mas, no meu caso, pude falar com ele depois do ritual moderno regado a guitarras, luzes e decibéis. Aquele ritual onde revi e revivi tantas histórias cultuadas há mais de 20 anos. Histórias que sei de cor. Sobre amores, brigas, redenção, momentos de decisão, escolhas, o rumo dos ventos, tormentas oceânicas e o sabor das marés. Histórias contadas em inglês que dialogavam com minhas tenras inquietações, mesmo quando não compreendia o que diziam, que se tornaram ainda mais saborosas quando decifradas e, por fim, que tem outras tantas por trás de si que somente o autor em pessoa pode elucidar. Nesse meu dia, ele se dedicou a esse pequeno apêndice do seu ofício com imensas doses de paixão e generosidade. Essa generosidade, cortesia e paciência deixam todos ao redor num certo estado de graça. Uma generosidade que faz com que você olhe para os seus pertences e não encontre uma forma de lhe retribuir.

Conversei com um cara que tomou um choque no Japão, se sentiu em casa no Afeganistão, adorou o Brasil miscigenado, esteve morto por três infinitos minutos na Suíça, viajou em navios de frete da Inglaterra para o Canadá na temporada de furações e oceano indócil. Ele foi adulado, teve ticket carimbado para o estrelato, mas abriu mão. Continuou fiel à sua mensagem e ao público que dialoga com sua arte. Pulou fora da indústria de celebridades, egos gigantescos e do culto a personalidade.

Estive frente a frente com o inglês que em meados dos anos 70 observou o conflito armado na Irlanda do Norte do alto da montanha de Glenshane Pass, nos arredores de Belfast. Mais tarde, nos anos 80, ousou questionar em melodia e versos a campanha militar britânica para retomar as ilhas Falklands/Malvinas. Abraçou a crítica dura à guerra fria e suas instalações de mísseis nucleares por toda uma Europa até então não unida economicamente. Hoje, ele olha para a última crise financeira mundial e não titubeia “a máscara caiu, temos que dizer pra esses caras de Wall Street: vocês são uma fraude”.

A crise econômica se transforma no estopim para um novo álbum chamado “Today is a good day”, e com ele mais histórias. Então me pergunto: por que escutamos histórias? Isso é tão antigo quanto a humanidade. Estão na bíblia, estão nas inscrições rupestres, estão no cinema 3D, nos cordéis, nos livros, nas revistas e nos blogs. Nos entregamos às histórias para olharmos para um espelho que diz quem somos e o que somos. Histórias nos dão sabor, gosto, reflexão.

Tenho uma amiga aficionada por Grande Sertão: Veredas, tenho um amigo extasiado com os fluxos de consciência da Virginia Woolf, meu irmão ama os filmes do John Huston e venera a carreira de diretor do Clint Eastwood. Minha esposa tem sua alma lusitana dissecada pelos heterônimos de Fernando Pessoa e minhas sobrinhas adoram a saga do Harry Potter. Os bons contadores de histórias estão por aí, arrebanhando os mortais para suas mensagens e fantasias.

Minha formação roqueira de poucos LP’s e muitas fitas k7 trocadas com amigos do subúrbio me trouxe o New Model Army, uma banda punk ali nos anos 80. Banda que trazia no coração Justin Sullivan, o meu contador de histórias predileto. Banda que me deixaria desnorteado mais tarde com sua arrojada linguagem musical forjada a partir do álbum ‘No Rest for the Wicked’. Linguagem que incorporou música celta, cigana, folk, acordes abertos, complexas texturas em arranjos de cordas e uma gaita que corta a alma. Tudo permeado pelas guitarras nervosas e básicas do rock’n roll. Na minha humilde opinião, o New Moldel Army foi uma das poucas bandas que trouxe a fúria do punk para um estado de maturidade, tanto em texto quanto em música.

O tecladista Dean White definiu a complexidade de trabalhar essa enorme diversidade sonora: “tenho que ter no meu sampler as cordas de Wagner e a sujeira dos Stooges. What a fuck band is it?”. Pra mim, ‘the big one’.

O New Model Army comemora 30 anos de uma estrada permeada por glórias, perdas e cicatrizes de guerra. Justin Sullivan está feliz com os novos membros da banda. Ele gosta de olhar para o novo, para o que está no porvir, mas 30 anos de história não podem simplesmente ficar pra trás. O projeto para reverenciá-los o obrigou a rever a trajetória de sua longa amizade e colaboração com o falecido baterista Robert Heaton. Ninguém fica incólume ao lançar o olhar para uma relação tão especial.

“O New Model Army tem que trabalhar como uma família, como uma rede de confiança.” E quando essa máquina afina o seu trabalho, tudo é possível, e suas visões alçam vôos inimagináveis.

A passagem da turnê comemorativa pelo Brasil era obrigatória e talvez, por alguma razão, necessária. A banda trabalhou duro com seu staff para conseguir local e data.
Tive o privilégio de ter embarcado no mundo descortinado pela verve de Justin Sulivan e todos os colaboradores do New Model Army. Pude constatar a honestidade entre o que escrevem, o que cantam e o que são.

Caminho pela Rua Augusta, já numa manhã de domingo cinzenta e fria em São Paulo, e acho que posso dormir tranquilo e me apaziguar com meu cansaço depois da longa noite trocando experiências com os caras do New Model Army. O domingo foi passando e daqui a uma hora eles embarcam de volta para a Inglaterra. Daqui a uma hora meu relógio volta a contar o tempo.

Lá fora, no alto de algum morro, os macacos se divertem. Eu entendo os macacos.

Hélio Silva
Baixista da banda punk Condutores de Cadáver e ex-integrante das bandas Cólera (guitarra) e Estado de Coma (bateria). É profissional da área de tecnologia e fotógrafo amador (http://www.flickr.com/photos/heliosilva/).



sábado, 21 de agosto de 2010

//betrayed | react showcase

Depois do 7Seconds, coloco agora o video da apresentacao do Betrayed no React Records Showcase desse ano.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

//7seconds - react showcase 2010

Segue ai os videos da apresentacao do 7Seconds no React Showcase desse ano, simplesmente perfeito.





quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ray Cappo // Fight Magazine

“I have a little platform where I can speak, just like in the band days,” Ray Cappo says. “The only difference is if no one likes you, they don’t whip bottles at your head.”

Cappo, longtime frontman for the influential hardcore punk bands Youth of Today and Shelter, is talking about his current profession, that of a yoga instructor. But the former straight edge evangelist and Krishna Consciousness devotee hones his heel hooks just as fervently as his sun salutations.

“For me, [jiu-jitsu] is therapy,” he says. “It’s just a mental release of all the anxiety in the mind.” While he earned his purple belt from Jean Jacques Machado in 2003, Cappo shed the gi and shifted his training to Eddie Bravo’s 10th Planet Jiu-Jitsu in Los Angeles. Today, when not leading a class, a workshop, or exploring the bounds of human nutrition, the 44-year-old father and husband trains at Ronin Athletics near his New York City home. “I feel like I’m on a lifetime path with jiu-jitsu, and I’m still passionate about it,” he says.

Earning a black belt in some form of martial arts had been in Cappo’s bucket list for years, especially after he saw Royce Gracie’s Brazilian Jiu-Jitsu dominate the early UFCs. But back in 1996, the then-30-year-old Cappo thought himself too old to start that quest—until he heard motivational speaker Tony Robbins say otherwise. “He said, ‘Well it takes 10 years to get good at anything’…So I thought, What’s the difference if you’re 17 or 27? Or 21 to 31, or 40 to 50? It’s only 10 years.”

That same year, Cappo had a chance run-in with fellow New York hardcore veteran Harley Flanagan. “One day, I saw Harley wearing a Brazilian Jiu-Jitsu T-shirt or something and I said, ‘Oh you know about jiu-jitsu?’ And he goes, ‘Yeah. I study with Renzo. You wanna come?’” Cappo got his first taste of the art on Gracie’s mats alongside two newly minted purple belts named Matt and Nick Serra.

But with Shelter and his other band, Better Than a Thousand, touring constantly, Cappo had to resign himself to training in bursts while on breaks from tour. “I was passionate about jiu-jitsu, but I traveled a lot. So I would train frantically when I was home and then I’d go away on tour for four months,” he says. To keep sharp on tour, Cappo would recruit roadies, band mates, and anyone else with a semblance of jiu-jitsu skill to roll on patches of grass whenever they had the chance.

After moving to the Los Angeles area in 1999, Cappo earned a blue belt under Renato Magno and then received his purple belt from Jean Jacques Machado in 2003. While at Machado’s academy, Cappo befriended Eddie Bravo, who also trained under Machado. When Bravo opened his own academy, Cappo—who, like Bravo, had grown tired of training in a gi—became a regular at his school.

It was an odd combination: one of the forefathers of straight edge hardcore training with a jiu-jitsu instructor who was unapologetically devoted to the joys of cannabis. Cappo’s abstinence from drugs and alcohol and his strict vegetarian diet made him the butt of playful jokes inside the academy. “I always felt secure in who I was, and I’m still very secure in that,” he says. “As far as Eddie goes, I felt like he had something pretty valuable, so I thought, I’m just a student and I’ll take what I want and don’t take the other stuff. And I think they respected me—if you put in so many mat hours, they have a type of respect for you as a cultured fighter.”

And once you get through Bravo’s veneer, Cappo says, it’s easy to realize he’s a wonderful instructor. “People think Eddie comes across as this party guy, and people say he’s arrogant, [but] he’s totally not. Everything he has, he gives away freely. The same with Jean-Jacques. They’re just not motivated by ego,” Cappo says.

As a seasoned yoga practitioner, Cappo possessed a degree of flexibility that was a natural fit for Bravo’s rubber guard system. By that point, Cappo had developed a peculiar open guard and a penchant for leg locks, bicep crushes, and a host of other relatively obscure submissions. Cappo trained six days a week, dipping his toes into the waters of MMA on the sixth day. “All week in jiu-jitsu I’d never get hurt, but that one day in MMA was just so brutal. I remember thinking, ‘Man, this is a short career life. How long can people do this to their body?’ But I will say it’s completely exhilarating and completely useful.” In 2003, he went so far as to take a training excursion to study Muay Thai in Thailand.

Today, after moving to upstate New York in 2008 and eventually returning to Manhattan in January of 2009, Cappo makes a living as a yoga instructor, teaching classes and leading workshops that focus on both the spiritual and physical aspects of the Vedic practice.

While performing yoga asanas and incorporating the practice’s deep breathing has far-reaching benefits, Cappo says it’s helped keep his body primed for grappling. “Even times where I haven’t trained for a long time where I was still practicing yoga, it just keeps you open, so it never hurts to come back. I mean, you have to refresh your moves and go through all that, but for the most part, yoga keeps you really open and protects you from injuries. And because you’re doing a lot of deep breathing, it keeps your endurance really powerful.”

Beyond his yoga practice, cleansing diets and juice fasts are key to Cappo’s lifestyle. “Cleansing is when you start putting really clean foods in the body, and the really clean foods, that’s the foundation of what you are. It’s like what your cells are made out of,” he says. “So if you’re healthy, you have to be healthy down to every bite you put into your mouth.”

The juice fasts have improved his stamina. In 2009, Cappo hiked the Grand Canyon with full backpacks while on a juice fast. At another point in the year, he went 21 consecutive days while drinking only fresh-squeezed juices. Eighteen days in, he says his body fat had nearly vanished and his endurance was at an all-time high. “You know how when jiu-jitsu class ends, and everybody’s completely wiped out, and there’s only two guys left on the mat? I remember being the last guy on the mat (on that eighteenth day), being like, ‘Anyone else wanna roll?’ My friend said, ‘Man, you’ve got a lot of energy today.’ And I said, ‘You’re not going to believe this, but I haven’t eaten in 18 days.” In 2010, he says he’d like to complete the New York City Marathon while in the midst of a juice fast.

This dietary regimen is, obviously, vastly different from the protein-heavy norm of combat sports nutrition. But Cappo defends it as a back-to-nature approach, where food comes from the earth, not laboratories. “I think Americans are hung up on this protein myth,” he says. “The fact is, before all these stupid protein powders were made—do you think we’re the only athletes in world history? Do you think we created fitness, that we’re on the cutting edge of fitness? We’re not.”

Cappo believes that the strict diet and the daily yoga are components to longevity and he hopes that his approach will help enable his body to continue the rigors of hard training into old age. And while the pursuit of a black belt has taken longer than the 10 years Tony Robbins ascribed, Cappo says age shouldn’t deter anyone. “I’m about to be 44. I encourage people just to start, just to do it,” Cappo says. “Because what’s the difference if you’re 44 or 54?”

Pagina original com a entrevista>> Aqui.

Ray Cappo >> Site

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Betrayed

O Betrayed esta de volta a ativa !
Apos um bom tempo sumida, a banda esta prestes a lancar via React Records um novo EP com quatro musicas ineditas intitulado Suffering, no Myspace dos caras ja tem um previa do que esta vindo por ai.

"After a few delays we’re ready to start the pre-orders for the new Betrayed EP entitled “Suffering”. This is our first record in a few years and this 4-song EP features the same early vs. late harDCore vibe that the band is known for, but with some Uniform Choice tossed into the mix as well. Lyrically this one is a little more pissed than previous releases… I’ve had a bit of a rough year so what can I say? Todd really delivered on these songs and I think it’s some of the best stuff we’ve done so I’m excited to get it out to the world and play some shows, and you can check out the new song ABOVE THE INFLUENCE on the REACT! MySpace. (EDIT: We’re currently having trouble with Myspace right now so the song isn’t posted. Keep trying back!)

We thought it would be cool to team up for the pre-orders with our friends GIVE so they will go up on Monday June 14th at 9am pacific and you can expect some cool package deals for both new releases. The pressing info is 200 on BLUE, 400 on WHITE, and 900 on BLACK, and all copies will come with a free digital download and will contain all the extras that we always throw in. We’ll also have a bunch of new merch that Face out together so you know it’s going to be great. So, be ready on Monday June 14th and in the meantime please listen to NAILS “Unsilent Death” because I believe it’s one of the best records of 2010."

Myspace // React Rec.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Monte um prato ecologicamente correto

Percorrer o supermercado e deparar com os alimentos orgânicos deixou de ser uma ocorrência exótica. Eles estão nas mais diversas prateleiras e não se restringem mais às frutas, legumes e verduras. Vão da simples alface da saladinha às carnes, bebidas, sem deixar de lado os industrializados, como açúcar e o achocolatado.Estudos já indicam que esses alimentos ganham em valor nutricional em relação aos convencionais. Mas o que são os orgânicos exatamente? Nada mais que o resultado de um sistema de produção agrícola que maneja o solo e os recursos naturais de forma equilibrada, mantendo a harmonia desses elementos entre si e com os seres humanos , explica a nutricionista Fabiana Honda.

Agrotóxicos, adubos químicos e sementes transgênicas vivem a milhas de distância da terra onde brotam esses alimentos. A harmonia do ambiente faz com que as plantas apresentem um metabolismo mais resistente a pragas e doenças.

Hormônios e anabolizantes para engordar e acelerar o crescimento dos animais são totalmente renegados na agropecuária orgânica. Até a caminho dos supermercados e feiras, os orgânicos são separados dos outros alimentos para não terem contato nenhum com qualquer tipo de substância artificial , conta Fabiana.

Benefícios dos orgânicos
Os orgânicos possuem cargas extras principalmente dos minerais. Segundo o Instituto Biodinâmico (IBD), eles apresentam em média, 63% a mais de cálcio; 73% a mais de ferro; 118% a mais de magnésio; 178% a mais de molibdênio; 91% a mais de fósforo; 125% a mais de potássio e 60% a mais de zinco.

Outro estudo, realizado pela Universidade de São Paulo (USP), mostrou que os ovos da galinha caipira, criadas de acordo com os métodos da agropecuária orgânica, possuem cerca de quatro vezes mais vitamina A que os de granja. Entretanto, ainda não há certeza se esse tipo de cultivo dá mesmo origem a alimentos mais potentes na prevenção e tratamento de doenças.

Parte-se do princípio que, sem agrotóxicos nem pesticidas, a planta cria mecanismos próprios de defesa. Isso, então, estimularia a produção de vitaminas e fitoquímicos com ação antioxidante, como os flavonóides e o licopeno, que previnem certos tipos de câncer.

A maioria das pesquisas sobre alimentos orgânicos e convencionais faz comparativos nos teores de nutrientes. Mas ainda são praticamente inexistentes os estudos epidemiológicos que fazem uma associação com a saúde humana , explica a nutricionista Fabiana Honda.

Orgânicos fiscalizados

Os critérios para produção dos orgânicos são tão rígidos que há empresas habilitadas a conferir o certificado de qualidade ao produtor. Ou seja, quando for comprar uma alimento orgânico, observe se ele estampa na sua embalagem um selo de inspeção.

É a prova de que as técnicas de agricultura orgânica foram analisadas e aprovadas por orgãos especializados , explica Leontino Balbo Junior, diretor comercial da Native, empresa que trabalha com orgânicos há 10 anos. O próprio mercado começou a exigir produtos mais saudáveis, seguros e limpos e que obedecessem aos princípios ambientais , explica.

A presença cada vez maior na mesa do consumidor pode ser refletida nas vendas da Native. A empresa, com sede em Sertãozinho (SP), possui o açúcar, o café, o suco de laranja e o achocolatado entre sua linha de produtos. De 2006 a 2007, obteve crescimento de 60% das vendas. O interesse por produtos ecologicamente corretos não se restringe ao Brasil. Carro chefe da Native, o açúcar é exportado para mais de 50 países, dentre os quais Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Canadá, França, Alemanha.

Nós sabemos o que esse novo consumidor quer ética na produção, com o meio ambiente e com o social. O açúcar orgânico é fruto de colheita de cana crua (sem queimadas) e totalmente isento de química desde a preparação do solo até o processo final , explica Balbo Junior.

Aspectos que diferenciam produtos orgânicos dos convencionais

1. Respeito ao ciclo das estações do ano e às características das regiões;
2. Colheita de vegetais na época da maturação (sem indução);
3. Uso de adubos orgânicos e reciclagem de materiais;
4. Tratamentos naturais contra praga e doenças nos vegetais e plantas;
5. Acesso dos animais a piquetes abertos;
6. Os animais também recebem nutrição orgânica, além de de práticas terapêuticas;
7.Permanecem separados dos não-orgânicos durante o manuseio, a passagem pelo maquinário, o transporte e a venda.
8. Nos pontos-de-venda, são armazenados em prateleiras e geladeiras limpas e desinfetadas sob critério e fiscalização das certificadoras.
9. Propriedades que exploram os trabalhadores ou usam mão-de-obra infantil não recebem o certificado.

Alimentos orgânicos à venda

Frutas
Legumes
Verduras
Lacticínios
Ovos
Café
Açúcar
Azeite
Achocolatado
Chá
Mel
Grãos
Sucos
Aguardente de cana
Cacau
Cogumelos
Erva-mate
Ervas medicinais
Carnes
Aves
Óleos essenciais

Fonte >> Minha Vida // Site


***
Trilha Sonora dos Ultimos Dias >> Dead Hearts / Another Year
/ No Violence

domingo, 18 de abril de 2010

Entrevista # 02 - Denis Veronese (Vendetta)


Primeiramente gostaria de saber sobre o disco novo do Vendetta, ja esta gravado?qual o nome? quando sai ? vai sair pela 78Life mesmo?
O Cd novo já esta gravado sim, não sei exatamente quando a entrevista vai pro blog, mas dia 19/04 vai pra fabrica e creio que em uns 20 dias no máximo o cd está pronto. Inclusive o lançamento do CD sera dia 15/05 no Espaço Impróprio aqui em São Paulo. O Nome do CD será "Incondicional", que remete as coisas que fazemos incondicionalmente, como tocar, nossos roles como amigos extra banda, as pessoas que amamos, e é claro tudo que nos envolve com verdade, como o hardcore, o veganismo/vegetarianismo e o straight edge. Nosso selo continua sendo a 78Life mesmo, nossa parceria é desde a volta do selo. Muito bom fazer parte disso tudo.

Como ele ficou em realacao ao anterior, o "Atire a Pedra"?
Cara, ele ficou totalmente diferente do "Atire a Pedra". A tematica em torno do straight edge, hardcore e tudo mais continua a mesma, mas musicalmente falando e a forma de abordar esses temas estão totalmente diferente. A evolução da banda é significativa, as mudanças na formação contribuiram bastante pra isso. Quando o cd começou a ser idealizado, eu achei que iriamos agradar quem nós não agradavamos, e consequentemente decepcionar um pouco quem já gostava da gente. Mas ai fomos apresentando algumas músicas nos shows, a resposta foi sendo positiva de tudo mundo e na real não vemos a hora do cd ta rodando por ai. Estamos muito satisfeito com o trabalho e acho que dessa vez a gente vai agradar todo mundo, diferentemente do "Atire a Pedra", que nem eu e nem ninguém da banda gosta!

Vou te fazer uma mesma pergunta que havia feito para Glauce, gostaria de saber sua opiniao sobre todo esse boom que esta tendo em torno vegetarianismo/veganismo, voce acha que isso e uma especie de "modinha" ou o pessoal esta buscando realmente um estilo de vida mais saudavel.
Alessandro, sinceramente eu nem vejo esse "boom" em relação aos adeptos do vegetarianismo e/ou veganismo. Ou se tem mesmo, ainda é pouco, sou total a favor. E claro, sempre torço para que nada seja moda ou passageiro, ainda mais sendo em coisas positivas. É triste ver pessoas se envolvendo com o vegetarianismo e deixando de lado por algum motivo, que na minha opinião, são banais.

Recentemente, vcs abriram para o BANE, como foi a experiencia de tocar com uma banda tao importante.
Po, foi foda, mas ter o famoso frio na barriga por tocar com uma banda que pra nós sempre foi uma inspiração (principalmente no novo cd), foi no primeiro show em 2008. Ali foi foda, e porra, tocar com as bandas que um dia você fez um cover, ouve direto, e sempre quis ver show é realmente sem palavras. No ultimo show foi melhor os bastidores, onde nós tivemos um contato maior com os caras do BANE, que são gente boa pra caralho. Show como esses poderiam acontecer todos os meses hahahaha

Vamos falar do podcast Biscoito do Gorilla, quem teve a ideia de criar o programa e porque vcs demoram tanto para fazer um novo programa ! kkk...ai vai uma Reivindicacao de um fiel ouvinte, o Leonardo Cantinfras tinha de ter mais espaco nos programas, o cara e figura...kkkk
hahaha o Biscoito do Gorilla teve a ideia inicial do Fábio, o nerd mor dos 4. Ele teve a ideia e chamou o restante do pessoal que, alem de gostar de hardcore, fala muita merda. É legal pra caramba gravar os programas, e ele demora pra sair porque todo mundo tem outras coisas e preocupações haha.. o Podcast começou com um passatempo, mas tem muita gente que realmente gosta, e isso acaba frustrando um pouco. Nós temos um episódio novo gravado, acho que até o final da outra semana vai ao ar. E cara, o Cantinfras deveria fazer parte efetiva do programa hahaha, quem sabe um dia não?

O que voce anda ouvindo ultimamente?
Ultimamente eu tenho escutado bastante Down to Nothing e Cruel Hand. São bandas que eu to pirando muito em escutar. Eu sou meio louco, quando começo a ouvir uma determinada banda, eu só ouço ela hahaha. Então, são essas duas, quem ainda não ouviu, procura ai que as bandas são foda!!!!

Muito obrigado Dennis, precisando o espaco esta aberto, gostaria de deixar um recado final?
Obrigado você pelo espaço. É legal saber que tem gente fomentando o hardcore de forma positiva seja em zine de papel, eletronico, bandas, organizando eventos.. fazer isso girar é o que nos mantem forte pra continuar tentando. Queria dizer, ou melhor, voltar a dizer que o Vendetta vai lançar o "Incondicional" dia 15/05 no Espaço Improprio, logo mais todas as informações estarão disponiveis e ai mando pra você ajudar na divulgação hehehe

Obrigado mesmo, e não pare com o blog não.

Obrigado!




quinta-feira, 8 de abril de 2010

React Rec. Showcase

Uma pequena celebracao ao Hardcore.

***

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Extreme Noise Terror ao vivo em SP

Ai esta uma pequena amostra de como foi o show, ou melhor, a devastacao que o ENT provocou em SP.

A última noite de Zico

Maracanã, enfeita de bandeiras tuas arquibancadas que hoje é dia de festa no futebol. Encomenda um céu repleto de estrelas. Convida a lua (de preferência, a lua cheia). Veste roupa de domingo nos teus gandulas. Põe pilha nova no radinho do geraldino. E, por favor, não esquece de regar a grama (de preferência, com água-de-cheiro).

Avisa à multidão que ninguém pode faltar. É despedida do Zico e estou sabendo, de fonte limpa, que, hoje à noite, ele vai repartir conosco a bela coleção de gols que fez nos seus vinte anos de Maracanã. Eu até já escolhi o meu: quero aquela obra-prima, o segundo gol do Brasil contra o Paraguai nas Eliminatórias do Mundial de 1986. Lembro-me como se fosse hoje. Zico recebe de Leandro um passe de meia distância já na linha média dos paraguaios. Um efeito imprevisto retarda a bola uma fração de segundo. Zico vai passar batido – pensei. Pois sim. Sem a mais leve hesitação, sem sequer baixar os olhos, ele cata a bola lá atrás com o peito do pé, dá dois passos e, na mesma cadência, acerta o canto esquerdo do goleiro paraguaio.

Passei uma semana vendo e revendo no teipe aquele instante mágico de um corpo em harmonioso movimento com o tempo e com o espaço. E a bola, coladinha no pé, parecia amarrada no cadarço da chuteira. Um gol de enciclopédia. Se o amável leitor aceita uma sugestão, dou-lhe esta: escolha um dos gols que Zico fez graças à sua arte singular de chutar bola parada.

Chutar a bola de falta à entrada da área é um talento que Deus lhe deu mas não de mão beijada, como imaginam os desavisados. Zico trabalhou seriamente, anos e anos, para alcançar a perfeição dos efeitos sublimes. À tardinha, quando terminava o treino, ele costumava ficar sozinho no campo do Flamengo – ele, uma barreira artificial, uma bola e uma camisa caprichosamente pendurada no canto superior das traves. A camisa era o alvo.

Zico passava horas sem fim, chutando rente à barreira e derrubando a camisa lá de cima das traves. Chegava o domingo, na cobrança da falta, a bola já estava cansada de saber onde ela tinha que entrar. Não tenho dúvida em dizer que tardará muito até que apareça alguém que domine como Zico o dom de cobrar falta ali da meia-lua.

Celebremos, querido torcedor, a última noite do maior artilheiro da história do Maracanã. Será uma despedida de apertar o coração. Se te der vontade de chorar, chora. Chora sem procurar esconder a pureza da tua emoção. Basta uma lágrima de amor para imortalizar o futebol de um supercraque.

Cantemos, Maracanã, teu filho ilustre, relembrando em comunhão os dribles mais vistosos, os passes mais ditosos, os gols mais luminosos desse fidalgo dos estádios que tem uma vida cheia de multidões.

Louvemos o poeta Zico que jogava futebol como se a bola fosse uma rosa entreaberta a seus pés.

Armando Nogueira

***

Uma belissima homenagem feita pelo grande mestre Armando Nogueira ao nosso maior idolo ,Zico.

Negrito

sexta-feira, 19 de março de 2010

Vic Bondi

Ha mais ou menos ums doze ou Treze anos atras, nao me recordo eu havia comprado um disco do Toxic Reasons chamado "No Peace in Our Time", por sinal esse foi o primeiro disco de punk a conter uma faixa multimidia e nela havia alem do material da banda tinha tb o catalgo da Bitzcore com todos os seu lancamentos.O mas legal e que quando vc clicava em cada capinha dos discos desse catalogo tocava um trecho de uma musica que estava no cd, e porra, tinha muita coisa obscura mais muito legal que conheci apartir dali, mas teve um cara que so agora depois de muito tempo consegui achar algum material seu: Vic Bondi, vocal de uma das bandas mais importantes da historia do hardcore, o Articles of Faith. Na epoca eu ate ja conehcia o AF, mas num primeiro momento nem me liguei que ele era o vocalista, ate mesmo pela sonoridade que nao tinha nada haver com aquele hardcore furioso praticado pela banda,mas depois decobri que era ele mesmo e que o propio tinha uma carreira solo ja ha bastante tempo so que voltada para o folk punk. Alem do Articles of Faith Vic tambem se juntou Colin Sears e Roger Marbury ambos do Dag Nasty e formaram o otimo Alloy que por sinal lembra bastante o propio Dag Nasty. O cara tb tocou no t Jones Very que produziu uns lances bem interessantes tb.
Entao e isso, quem tiver interresse em conhecer o trabalho dessa lenda e so clicar AQUI e vc ira p um blog que possui alguns discos do cara para serem baixados, espero que curtam.


Vic Bondi :: Homepage / Wikpedia

***

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Mudancas Climaticas / Greenpeace

Para quem acha que esse papo de mudancas climaticas e aquecimento global ainda e coisa de cinema assista a esse interessante documentario do Greenpeace. Particularmente acho que nao tem muito o que fazer nao, ja se foram anos e anos de danos muitos serios causados pelo homem a natureza e nao so Greenpeace, mas ooutras oganizacoes ligagas a preservacaodo meio hambiente ja previam o que esta acontecendo, e isso e apenas o comeco...
Assista e reflita.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Obscuridades Vol.01

Salve rapaziada !
Mas uma vez dando uma fucada na minha cdteca redescobri essa maravilha e uns dos discos mais obscuros que tenho, o nome da banda e Hardcores e sao da finlandia... Putz, comprei esse disco tem no minimo uns dez anos de um camarada que importava varias paradas da Europa, lembro que o que me chamou a atencao foi a capa e o nome, pensei que era tipo um coletanea, mas era uma banda mesmo. Ate hj nao consegui informacao alguma da banda, nem no encarte tem nada, so o nome das musicas, que por sinal voce nao entende nada , so encontrei algo mesmo no site do selo deles, a lendaria Alternative Action, mesmo selo do cultuado Terveet Kadet.Enfim, o som da banda e foda, segue a mesma linha das bandas finlandesas dos anos 80, muito foda esse disco. Qualquer hora eu coloco ele para ser baixado para quem tiver curiosidade.



sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Edge - Perspectives on Drug Free Culture



Edge - Perspectives on Drug Free Culture e um documentario lancado la fora no fim do ano passado e mostra o SxE sob a visao de figuras importandes da cena como Ray Cappo, Ian MacKaye, Karl Buechner, entre outros, deve ser naquela linha do American Hardcore . Provavelmente esse documentario nunca saira aqui, so se por algum milagre ele aperecer em algum festival ou coisa parecida, entao vamos torcer para que ele caia rapidamente na rede.
Para terminar, gostaria de agradecer mais uma vez a Glauce pela entrevista publicada no post anterior e a todos que dedicaram alguns minutos de seu tempo lendo a mesma , meus sinceros agradecimentos.
Ah, antes que eu mes esqueca me desculpem por qualquer errinhos de portugues que tenha rolado e coisa e tal, afinal nao sou nenhum jornalista e portugues nunca foi a minha materia favorita na escola... hehehehehe

Ouvindo >> Sinking Ships - Disconnecting

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Entrevista # 01 - Glauce (HUP Brasil/Overstate/Zine Outspoken)


Salve rapaziada, apartir de hoje, sempre que possivel estarei publicando pequenas entrevistas com pessoas interessantes e que tenham algo a falar, sejam elas ligadas ou nao a cena hardcore. A Peimeira entrevista e com uma pessoa bem conhecida da cena nacional, Glauce que uma das responsaveis pela HUP Brasil e pelo zine Outspoken e alem disso tambem e baixista do Overstate.
Primeiramente gostaria de saber os planos da HUP para a américa do sul e principalmente para o brasil em 2010? No ano passado vcs concentraram o trabalho com o selo mais na europa certo ? o que fez vcs tomarem essa decisão?
Estamos organizando a turnê do Bane agora para março de 2010 e acabamos de lançar o CD novo deles para a América do Sul (que acabou de chegar para o pessoal da Caustic e estará disponível ainda essa semana!). Por enquanto é tudo que temos de concreto e definido para 2010. E o motivo para que não tenhamos ainda nada além disso definido responde a sua segunda pergunta, sobre concentrar o trabalho na Europa em 2009. Enquanto estávamos no Brasil, deixamos a HUP Records (que originalmente foi fundada pelo Matteo na Itália) um pouco de lado para criar e levar adiante a HUP Brasil e isso foi possível enquanto estávamos em BH. Desde o meio de 2008, entretanto, estamos na Europa e, com isso, acabamos voltando a concentrar o trabalho aqui. É praticamente impossível cuidar do selo nos dois continentes com a mesma intensidade e investimento (de tempo e, principalmente, dinheiro), então fazemos o que é possível sempre. E o fator estar “fisicamente presentes” é o que define onde podemos fazer mais coisas com o selo. O que temos certeza é que continuaremos com a parceria com a xCausticx, que ficou responsável pela venda de todo o nosso material, e que tentaremos fazer entre 1 e 2 turnês internacionais por ano na América do Sul.
Todo mundo diz que o principal fator que atrapalha o crescimento de uma cena ainda e o lado financeiro, eu ate concordo, mas tb acho que o pessoal não pode ficar parado, tem de buscar alternativas p fazer a coisa acontecer. Eu moro no Rio de Janeiro, e tipo, não existe uma cena hardcore na cidade, se vc quiser ir a shows, comprar material , so em outros estados que vc consegue ter acesso a isso tudo. Como vc vê isso?
Eu já tinha uma ideia de que as coisas no Brasil são muito caras, mas a minha visão era mais focada na organização de shows por já ter participado de algumas em BH antes da decisão de fazer a HUP Brasil. Só quando começamos mesmo com o selo é que vimos o quanto TUDO é caro no país. Lançar um CD é muito caro e fazer turnês é mais caro ainda (só para você ter uma ideia, o custo de colocar uma banda no rolê dentro do Brasil para 4 ou 5 shows é praticamente o mesmo das passagens internacionais dessa banda). E para quem organiza os shows nada é fácil também. A maioria das cidades não tem um lugar próprio para shows de hardcore, que seja barato e com equipamento. As pessoas não tem condições de terem seus próprios equipamentos e muitas vezes é necessário alugar toda a aparelhagem para o show. Ou seja, além de arcar com todos os custos da produção do show, ela ainda tem que conseguir a grana para dar para a banda (que cobre apenas o custo do rolê + passagens, já que nenhuma banda que a HUP Brasil leva ao país cobra cachê). Além disso, não temos shows durante a semana no Brasil, o que complica mais ainda uma turnê, pois a banda fica praticamente de segunda a quinta-feira sem tocar, o que acarreta mais custos. Eu gostaria muito que buscar alternativas fosse suficiente, mas no Brasil até para isso é necessário ter algum dinheiro. Não acho que o pessoal fica parado, vejo muita gente na correria para tentar fazer acontecer, muita gente gastando uma grana que sabe que não vai voltar pra não deixar o hardcore no Brasil morrer, mas tudo esbarra em algum limite, infelizmente.
Umas das coisas que eu acho mais legal na HUP e a da venda de cds tanto os nacionais como os importados a um preco bem justo e assim facilitando o acesso das pessoas ao produto original e de qualidade. Aqui no Brasil vcs tiveram uma boa resposta em relação a isso? as pessoas tiveram mas interesse em ter um cd original da banda ou vc ainda vê que muitos ainda preverem ir la e baixar o disco?
Quando decidimos fazer a HUP Brasil, o objetivo era um só: dar mais uma possibilidade aos brasileiros de terem Cds originais de bandas que eles gostam e não tinham acesso antes e também a possibilidade de ver essas bandas ao vivo. Em um país com tão poucos selos capazes de conseguir levar isso adiante, um a mais faz a diferença. A HUP não é nosso negócio, nós temos empregos regulares e dependemos dos nossos salários para mantê-la, é uma paixão. Por isso sempre buscamos colocar os preços de tudo o que fazemos o mais acessível possível e só não fazemos mais pelo custo final das coisas mesmo. Nós temos um público fiel, pessoas que sempre compram o nosso material, mas a maioria das pessoas ainda prefere baixar os álbuns. Essa é uma realidade mundial, mas em alguns lugares como nos EUA, as pessoas optam ainda por comprar para apoiar, pois sabem que uma gravadora depende das vendas para seguir em frente. Além disso, existe a paixão por ter os discos – que não se resumem à música, já que os encartes também fazem parte da “obra”. Além disso, as pessoas parecem preferir comprar um disco importado do que uma versão nacional do mesmo. Claro que vendemos discos de bandas conhecidas, como o Have Heart, mas não o suficiente para cobrir os custos. A única forma de evitar um prejuízo ainda maior foi fazer o lançamento para toda a América do Sul – como fizemos com o último Verse, Have Heart e Bane – em parceria com selos que tem nos apoiado sempre nas turnês. E quando o assunto é banda nacional, a situação da venda dos Cds é ainda mais complicada, poucas pessoas compram.
Você também possui um blog voltado para culinária vegetariana, gostaria de saber sua opinia sobre o aumento de pessoas adeptas do vegetarianismo / veganismo, você acha que isso não passa de uma moda ou as pessoas estão realmente em busca de ter um estilo de vida mais saudavel?
Eu não sei se existe um aumento de pessoas adeptas ao vegetarianismo/veganismo nos dias de hoje dentro do hardcore, mas se existe, eu fico feliz. E acho que sempre vai ter pessoas que adotam o estilo de vida como uma moda e sempre quem levará a decisão adiante para toda a vida. O que acontece (e sempre aconteceu) é que muitas pessoas vão no embalo na hora de tomar a decisão, não pensam direito no assunto e um dia essa decisão não fará mais sentido pra elas. Eu acredito no vegetarianismo/veganismo como a melhor opção de vida, pra mim e para o planeta. Por respeito a todos. Não posso falar por outras pessoas, mas eu tenho certeza que fiz a melhor escolha e nunca olhei pra trás. Sou uma pessoa mais saudável e mais ética por causa dessa escolha e tento mostrar a quem está ao meu redor isso, mas não de forma impositiva (a imposição muitas vezes leva à uma antipatia ou até mesmo a uma decisão por moda, como foi questionado). Eu gosto de escrever e conversar com quem tem interesse no assunto e o blog dá essa liberdade, lê quem quer. E mesmo sendo feito em inglês – já que decidi fazê-lo depois da minha mudança pra Europa – tenho muitos leitores brasileiros. Acredito que ainda falta informação de uma forma geral e também no hardcore (onde antes tinha até demais, agora tem de menos) sobre o assunto. E é por isso que continuo falando de veganismo no meu zine, o Outspoken, que terá uma nova edição até março.
Gostaria de saber como anda a parceria da HUP com a Bridge 9 e se há planos de parcerias com outras selos?
Temos uma ótima relação com a B9 e acredito que ela será mantida enquanto tivermos pessoas interessadas em adquirir o material do selo no Brasil. Infelizmente acho que será difícil termos a mesma relação com outros selos, até porque temos uma relação mais pessoal com a B9. Tivemos alguns itens da Deathwish já na distro da HUP Brasil (e ainda temos alguns títulos na loja on line da Caustic), mas os preços finais deles são mais altos e a maioria dos selos não trabalha com consignação, o que dificulta bastante a importação do material.
Como anda o Overstate?
A situação do Overstate ficou um pouco complicada com metade da banda fora do Brasil, mas não desistimos não! Fizemos um show no ano passado, ao lado do Have Heart, em junho. Deveríamos tocar com o Bane nessa nova turnê também, mas infelizmente não poderei ir. Não sei quando tocaremos de novo no Brasil, mas com certeza aproveitaremos todas as oportunidades pois realmente gostamos do que fazemos com a banda. Além disso, estamos compondo músicas novas. Esperamos ter novidades ainda esse ano!
Para finalizar o que vc anda ouvindo ultimamente e que tem te chamado atenção?
The Wonder Years (http://www.myspace.com/thewonderyearspa)(não conhecia a banda até eles tocarem aqui em Dublin no ano passado e estou viciada no álbum novo), Fireworks (http://www.myspace.com/fireworks), Polar Bear Club, Set Your Goals, o último Strike Anywhere, H2O, Bane novo, gosto muito do True Colors (http://www.myspace.com/truexcolorshc) também, pena que acabou. Bandas de Dublin que eu gosto muito são o Famine (http://www.myspace.com/faminehc), o Frustration (http://www.myspace.com/frustrationhc), Forced Out (http://www.myspace.com/forcedouthc), que é a banda nova do Matteo, e o Find a Way (http://www.myspace.com/findawayhardcore). E das coisas mais velhas eu ainda ouço praticamente sempre Ignite, Lifetime, Kid Dynamite, Outspoken, 7 Seconds...
Glauce, muito obrigado pela entrevista, precisando estamos ai!
Eu que agradeço pelo convite, é sempre bom poder falar de coisas que são importantes pra gente e que ainda fazem parte do nosso dia a dia!