
Doug Carrion é uma figura importantíssima do punk americano, participou de importantes bandas como por exemplo Descendents e do magistral Dag Nasty. Agora ao lado do vocalista Peter Cortner seu companheiro de Dag Nasty montaram o elogiadíssimo Field Day.
Olá Doug, primeiramente gostaria de lhe agradecer pela entrevista.
PD - Para começar , como surgiu a ideia de criar o Field Day, existiu em algum momento a ideia de voltar usando o nome Dag Nasty?
DOUG -Peter e eu amamos essas músicas, é simples assim. São musicas que escrevemos e das quais nos orgulhamos bastante. Elas são mais importante e muito mais especiais para os fãs que não tiveram a oportunidade de nos ver toca-las ao vivo no passado e estão tendo essa chance agora . Nós não queríamos confundir os fãs sobre o nome, então decidimos chamá-lo de Field Day para que fique bem claro.
PD . Em algum momento houve algum pensamento em voltar com a formação do “Wig Out At Denkos”, que além de você fez parte de BrianBaker, Colin Sears e Peter Cortner.
DOUG .Começar o Field Day foi uma decisão que tomamos para criar novas músicas que nós dois queríamos fazer, e dar um aceno para os primeiros 3 discos do Dag Nasty. É realmente o melhor dos dois mundos.
DOUG.Eu acho que é bom abrir suas asas e se desafiar liricamente, que é o que fazemos. Há momentos em que optamos por ser mais diretos e outras vezes podemos criar mais uma colagem ou uma tela lírica, então realmente depende da música e da mensagem que estamos tentando transmitir. De qualquer forma, todas as letras vêm do coração e que questionam a experiência humana.
PD. “Opposite Land” foi uma gravação lançada durante a pandemia, podemos dizer que tudo o que estava acontecendo naquele período influenciou no processo de criação do disco?
DOUG. Sim, tivemos que descobrir uma maneira de gravar durante um período em que as pessoas tinham que se distanciar socialmente, então decidimos adotar a tecnologia e trabalhar remotamente e pessoalmente quando podíamos. Eu diria que do ponto de vista da composição estamos sempre procurando maneiras de contar histórias sobre nossas experiências. Perder membros da família, ser separar de entes queridos, tentar criar uma família enquanto se observa a ganância corporativa e política decidir quem vive e quem morre, tudo isso é jogado na mistura.
PD. Agora, além da Pandemia, temos uma guerra que está deixando o planeta em alerta, como vocês americanos estão vendo toda essa situação?
DOUG. Eu só posso falar por mim e acho que a situação é de partir o coração. Também é bom lembra que o combustível fóssil é um fator em jogo. Espero que haja algum tipo de acordo de paz no futuro imediato para acabar com todo esse sofrimento.
PD. Voltando ao Dag Nasty, gostaria de saber sua opinião sobre todo esse culto e admiração em torno da banda depois de tantos anos. O Dag Nasty é uma banda muito peculiar, cada disco teve uma formação diferente, em outras bandas isso poderia ter afetado em muito na qualidade dos trabalhos, com o Dag Nasty foi o contrário, todas os discos são perfeitos. Qual é a sua visão?
DOUG. Dag Nasty teve um longo arco criativo. Respeitamos que algumas pessoas possam gostar de Peter , do Dave ou do Shawn sobre quem quer que seja, isso é legal. O que é realmente incrível é que antes do Field Day a história de Dag Nasty estava chegando ao fim e os fãs não sabiam dizer se a banda iria tocar ou gravar novamente. Começar o Field Day foi como adicionar livros extras a uma série que você acompanha há algum tempo. Acho que nossos fãs estão abertos à ideia de mudança. Nós adoramos, os fãs adoram, é isso.
PD. Gostaria de saber sobre os próximos projetos do Field Day, disco novo?
DOUG. No momento temos um novo 7" chamado WHY? Com 4 musicas que saiu em fevereiro e que está indo muito bem, ele chegou a ficar 5 semanas no número 1 na Coretex Records. Você pode ouvir aqui no Bandcamp - Estamos escrevendo músicas e procurando entrar no estúdio em 2022 para um lançamento completo em 2023 (dedos cruzados).
PD. Por fim, você conhece alguma coisa sobre a cena brasileira? a banda tem planos para uma turnê sul-americana?
DOUG. Não conheço muito além de White Frogs e Sepultura .. gostaríamos de chegar à América do Sul após o covid 2023 ou 2024.
PD .Obrigado novamente Doug pela entrevista. Gostaria de deixar uma mensagem final?
DOUG. Mantenha-se positivo e seja o catalisador para mudanças positivas em sua comunidade.
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Discografia:
Field Day